Dra. Joyce Rinoldi

Compreender como a herpes genital é transmitida é o primeiro passo para se proteger e viver com mais tranquilidade. Vamos esclarecer suas dúvidas e ajudar você a tomar as melhores decisões para sua saúde.

O Que é a Herpes Genital?

A herpes genital é uma das infecções sexualmente transmissíveis mais prevalentes no mundo.

É uma infecção viral causada pelo vírus herpes simplex tipo 2 (HSV-2), embora também possa ser causada pelo tipo 1 (HSV-1). Ela se manifesta através de feridas ou bolhas doloridas na região genital, podendo gerar incômodos e, muitas vezes, sentimentos de vergonha e ansiedade.

É um quadro que tem impacto muito importante na qualidade de vida das pessoas afetadas devido não só ao estigma social, mas também por ser recorrente.  

Muitas pessoas convivem com o vírus sem grandes sintomas, enquanto outras experimentam surtos periódicos de lesões. O mais importante é entender que a doença não define você – e é possível viver plenamente com o apoio adequado.

Quem sou eu e como posso te ajudar no tratamento?

Meu nome é Joyce, sou ginecologista e tenho meu atendimento voltado à mulheres de todas as idades, atuando na prevenção, diagnóstico e tratamento de diversas condições ginecológicas. 

Durante sua consulta irei avaliar desde a anamnese, com perguntas e avaliação de possíveis fatores de risco para o quadro, e, também, realizar o exame físico em busca de possíveis lesões ou alterações que possam sugerir o quadro de herpes. A partir de então, juntas, iremos traçar um plano de acompanhamento e tratamento que melhor se encaixa para você.

Se você precisa de uma avaliação, agende sua consulta, estou também a disposição para que você coloque a sua rotina ginecológica em dia.

Formada pela Universidade do Vale do Sapucaí em Pouso Alegre – MG, realizou sua residência médica em Ginecologia e Obstetrícia pelo Instituto Materno-Infantil (Hospital Vila da Serra) em Nova Lima-MG e possui o Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Febrasgo e possui sua experiência no cuidado integral à mulher.

Quais São os Sintomas da Herpes Genital?

Os sintomas da herpes genital podem variar de pessoa para pessoa, algumas não apresentam sintomas visíveis e outras vivenciam surtos dolorosos. Reconhecer os sinais iniciais pode ajudar no diagnóstico precoce e no tratamento eficaz.

1. Bolhas/vesículas ou lesões na Região Genital

  • O sintoma mais comum da herpes genital são pequenas bolhas ou feridas na região genital, anal ou em áreas próximas. Elas costumam ser dolorosas e se rompem, deixando feridas abertas.

2. Sensação de Ardor ou Coceira

  • Antes de as lesões aparecerem, muitas pessoas relatam uma sensação de queimação ou coceira na área genital, indicando que o vírus está ativo.

3. Dor ao Urinar

  • As lesões geralmente são muito sensíveis, causando dor ao urinar.

4. Sintomas Sistêmicos

  • Em alguns casos, o paciente pode apresentar sintomas gerais como febre, dor de cabeça, mal-estar ou dor muscular, especialmente durante o primeiro episódio de herpes.

5. Úlceras e Crostas

  • Após a ruptura das bolhas, elas podem formar úlceras dolorosas, que, eventualmente, se transformam em crostas antes de cicatrizar.

Como é o diagnóstico da Herpes Genital?

O diagnóstico de herpes genital deve ser realizado por um médico especializado, que irá considerar os sintomas relatados e os exame físico. A detecção precoce é fundamental para iniciar o tratamento correto e prevenir complicações.

1. Exame Clínico

  • O médico realizará uma avaliação visual das lesões. Embora o diagnóstico inicial possa ser feito através da aparência das lesões, a confirmação é essencial.

2. Teste Laboratorial

  • Teste PCR (Reação em Cadeia da Polimerase): Detecta o material genético do vírus. É o exame mais preciso e pode identificar o tipo de herpes.
  • Cultura Viral: Consiste em coletar uma amostra da lesão para cultivo, o que ajuda a confirmar a infecção.
  • Teste Sorológico: Detecta anticorpos no sangue, indicando se a pessoa foi exposta ao vírus em algum momento.

Como ocorre a transmissão da herpes genital?

A transmissão ocorre principalmente através do contato direto com lesões ativas ou com áreas da pele ou mucosas infectadas pelo vírus, mesmo quando não há sinais visíveis. Isso significa que o vírus pode ser transmitido, mesmo quando não há bolhas ou feridas aparentes.

1. Relações Sexuais

  • A principal forma de transmissão é através do contato sexual vaginal, anal ou oral com uma pessoa infectada. Mesmo que a pessoa não tenha lesões visíveis, o vírus pode ser transmitido por meio da pele ou das mucosas.

2. Contágio Sem Sintomas Visíveis

  • Um aspecto importante da herpes genital é a transmissão assintomática. Isso significa que o vírus pode ser transmitido mesmo quando a pessoa infectada não apresenta feridas ou outros sintomas.

3. Transmissão do HSV-1 (Herpes Labial para Genital)

  • O HSV-1, geralmente associado a herpes labial, também pode causar herpes genital. Isso ocorre principalmente por meio do sexo oral, quando uma pessoa com herpes labial transmite o vírus para a região genital do parceiro(a).

4. Contato com Superfícies Infectadas

  • Embora seja raro, o vírus pode ser transmitido através do contato com objetos ou superfícies contaminadas, como toalhas, lâminas de barbear ou roupas íntimas. A transmissão por objetos não é a principal forma, mas ainda assim é possível.

Como prevenir a Herpes Genital?

Embora não seja possível eliminar o risco de transmissão completamente, existem maneiras de reduzir significativa as chances de contágio:

1. Uso de preservativos

  • O uso de preservativos pode ajudar a reduzir o risco de transmissão, embora não elimine totalmente as chances, pois o vírus pode estar presente em áreas não cobertas pela proteção.

2. Evitar relações sexuais durante o episódio de Herpes

  • Durante um surto ativo de herpes, com lesões visíveis, o risco de transmissão é muito maior. Evite relações sexuais até que as lesões estejam completamente curadas.

3. Tratamento Antiviral

  • O uso de antivirais, como medicamentos da classe dos antivirais orais, pode reduzir a carga viral e, consequentemente, diminuir o risco de transmissão para outras pessoas, mesmo em períodos assintomáticos.

4. Evitar o contato com lesões ativas

  • Caso você ou seu parceiro(a) tenha lesões visíveis, é fundamental evitar o contato direto com essas áreas até que a cura esteja completa. Isso reduz o risco de contágio.

5 Mitos Comuns Sobre a Transmissão da Herpes Genital

  1. “Não posso pegar herpes se não houver lesões visíveis.”
    • Falso. O vírus pode ser transmitido mesmo sem sintomas visíveis, durante o que é conhecido como “transmissão assintomática”.
  2. “Só posso pegar herpes se a pessoa tiver vários episódios.”
    • Falso. A transmissão pode ocorrer em qualquer momento, independentemente da frequência dos episódios.
  3. “Herpes genital só é transmitido por sexo vaginal.”
    • Falso. O herpes genital pode ser transmitido também por sexo oral ou anal, bem como pelo contato com pele infectada.
  4. “Se eu já tive um episódio, posso nunca mais transmitir o vírus.”
    • Falso. Mesmo após a cicatrização, o vírus pode permanecer latente no corpo e ser reativado, podendo ser transmitido em novos episódios.
  5. “O uso de preservativo resolve completamente.”
    • Falso. Embora o preservativo reduza significativamente o risco, ele não elimina totalmente as chances de transmissão, pois o vírus pode estar presente em áreas não cobertas pelo preservativo.

O que fazer se eu for diagnosticado com Herpes Genital? Como tratar a Herpes Genital?

Se você foi diagnosticado com herpes genital, o primeiro passo é não entrar em pânico.

O diagnóstico precoce, associado a um tratamento adequado e acompanhamento médico contínuo, pode ajudar a controlar a infecção e permitir que você leve uma vida plena e saudável.

1. Procure Tratamento Médico

  • Um médico especializado pode recomendar o uso de medicamentos antivirais, como antivirais orais, que ajudam a reduzir a gravidade, duração dos surtos e a transmissão.
    • Antivirais Orais: Medicamentos que inibem a replicação do vírus e ajudam a acelerar a cicatrização das lesões.
    • Antivirais Tópicos: Cremes ou pomadas que aliviam a dor e promovem a recuperação das feridas.

2. Apoio Psicológico

  • Além do tratamento físico, é importante lidar com os aspectos emocionais da doença. A terapia psicológica pode ajudar a lidar com a ansiedade, o estigma e a autoestima.

3. Comunique-se com seus Parceiros

  • A comunicação aberta com seu(s) parceiro(s) sexual(is) é fundamental para evitar a transmissão da doença e para que todos possam tomar as precauções necessárias.

7 Dicas para Lidar com Herpes Genital

  1. Realize Exames Regulares: O acompanhamento médico contínuo é essencial para monitorar sua condição e ajustar o tratamento. 
  2. Aplique antivirais: Os medicamentos podem reduzir a intensidade e a duração dos surtos. Siga as orientações médicas com disciplina.
  3. Cuide de Sua Saúde Emocional: A herpes genital pode afetar sua autoestima. A terapia pode ser muito útil para lidar com a ansiedade e o estigma.
  4. Evite Gatilhos Conhecidos: Fatores como estresse, cansaço e fatores emocionais podem desencadear surtos. Aprender a gerenciá-los é fundamental para reduzir a frequência das crises.
  5. Pratique hábitos saudáveis: Durma bem, pratique atividades físicas e mantenha o equilíbrio emocional. Isso fortalece o corpo e a mente. Uma dieta equilibrada fortalece o sistema imunológico, ajudando a prevenir surtos.
  6. Mantenha a higiene: Limpeza adequada das lesões e o uso de roupas íntimas confortáveis podem acelerar o processo de cura.
  7. Proteja os outros: Durante os surtos ativos, evite o contato sexual, pois o vírus pode ser transmitido mesmo sem a presença de lesões visíveis.

Quando você busca ajuda, mais do que tratar uma doença, você busca sentir-se bem consigo mesmo. Na minha prática, busco sempre ouvir o que você tem a dizer, entender suas dificuldades e orientá-lo(a) com o máximo de empatia. O tratamento não é apenas sobre medicamentos, mas também sobre criar um ambiente onde você se sinta aceito e compreendido.