É normal ter algum tipo de corrimento vaginal? Com certeza você já se perguntou sobre isso, por ter visto sua roupa íntima úmida por exemplo, mas ainda é um assunto considerado um tabu e que muitas mulheres não se sentem à vontade para falar a respeito.
A vagina libera vários tipos de secreções consideradas normais, sejam elas em maior ou em menor quantidade, diariamente. E nem sempre estes corrimentos vaginais precisarão de um tratamento.
Mas como diferenciar um corrimento considerado normal de um corrimento vaginal patológico, em que você deve procurar ajuda médica e realizar tratamento? É o que vamos discutir neste artigo, continue lendo abaixo e caso surjam outras dúvidas, agende sua consulta para conversarmos mais.

Médica que avalia e cuida de corrimento vaginal
A Dra. Joyce é ginecologista com experiência no tratamento de corrimento vaginal, ajudando várias mulheres que sofrem com esta condição.
A Dra. Joyce irá te avaliar desde a anamnese, com perguntas e avaliação de possíveis fatores de risco para o quadro, e, também, realizar o exame físico com possibilidade de coleta de amostra da secreção e envio para análise pela microscopia a fresco (método padrão-ouro para diagnóstico de corrimentos vaginais).
Se você precisa de uma avaliação e um tratamento direcionado para ficar livre do corrimento vaginal anormal, agende uma consulta!
Formada pela Universidade do Vale do Sapucaí em Pouso Alegre – MG, realizou sua residência médica em Ginecologia e Obstetrícia pelo Instituto Materno-Infantil (Hospital Vila da Serra) em Nova Lima-MG e possui o Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Febrasgo, a Dra. Joyce está à disposição para te receber e cuidar de você com um atendimento integral à saúde feminina.
O que é um corrimento vaginal normal?
A região vaginal, assim como outras regiões do corpo, possui glândulas que produzem fluidos para manter o pH local e eliminar qualquer coisa que possa causar danos. Desta forma, além de proteger contra bactérias e irritantes, outra função da secreção produzida é a de lubrificação, importante para a prática sexual e a gestação.
Uma secreção normal pode ser:
- Sem odor
- Branco ou transparente
- Produção de 1 a 4 ml em 24 horas
- Sem sintomas associados
Assim, é importante que você saiba diferenciar entre uma secreção vaginal normal e uma anormal. Popularmente, as secreções anormais são chamadas de corrimentos, mas no meio médico são classificadas como vaginites, que são os distúrbios da vagina causados por inflamação, infecção ou alterações da flora habitual.
Quando suspeitar de alguma anormalidade?
Alguns fatores que podem levar a alteração do pH vaginal predispondo alterações da secreção vaginal e eles são:
- Doenças sexualmente transmissíveis (por exemplo: tricomoníase, gonorreia, clamídia)
- Uso de antibióticos
- Presença de corpo estranho
- Variação do nível de estrogênio
- Uso de produtos não hipoalergênicos e não realizados para a área íntima
- Gravidez
- Atividade sexual
- Cuidados genitais (uso de duchas ou lavagens intravaginais, uso de absorventes internos)
As queixas podem variar de acordo com o tipo de corrimento, sendo possível apresentar:
- Coceira, dor ou ardência
- Alteração da consistência (geralmente mais espesso ou denso)
- Odor desagradável
- Alteração na coloração (esbranquiçado, amarelado, esverdeado)
- Aumento do volume, em maior quantidade
- Associação com outros sintomas
Portanto, é importante se conhecer e saber identificar quando ocorre qualquer uma destas alterações.
Como realizar o diagnóstico?
A partir do momento em que você suspeite ou apresente sinais de vaginite, uma consulta ginecológica deve ser agendada. Nesta consulta, além de realizar o questionário sobre os hábitos de higiene, uso de medicamentos e sinais ou sintomas apresentados, a ginecologista irá proceder com o exame físico.
O exame físico com avaliação visual do corrimento vaginal é muito sugestivo ao médico sobre qual o provável diagnóstico e desta forma, muitas vezes um tratamento pode ser prescrito.
Porém, o exame padrão-ouro (o mais indicado e assertivo) é a bacterioscopia ou também chamado de microscopia a fresco. Este exame é realizado com a passagem do espéculo vaginal e a coleta da secreção vaginal, com posterior avaliação através de um microscópio, em busca de possíveis microrganismos causadores de corrimentos patológicos.
4 dicas para a avaliação da secreção vaginal:
- Evitar estar menstruada
- Evitar o uso de cremes ou pomadas vaginais
- Evitar relações sexuais cerca de 48 – 72 horas antes do exame
- Evitar duchas vaginais
Esta preparação se assemelha à preparação para coleta do exame preventivo (ou Papanicolau).
Mas caso algum destes itens tenha acontecido, não se preocupe e não é preciso remarcar a consulta. Compareça à consulta para a avaliação e melhor orientação sobre o quadro.
Quais os corrimentos vaginais mais comuns?
Candidíase vulvovaginal:
É um tipo de infecção causada por um fungo que habita nossa mucosa digestiva e vaginal habitualmente, mas que após um desequilíbrio na flora, pode se desenvolver em maior quantidade.
Na grande maioria das vezes ela é causada pela Candida albicans. mas existem também outras espécies, como: glabrata, krisei, tropicalis, parapsilosis, que são muito menos comuns.
Fatores que podem predispor ao aparecimento de candidíase:
- Obesidade e ingestão de grande quantidade de alimentos ricos em açúcares e carboidratos
- Diabetes mellitus descompensado
- Uso de antibióticos, corticóides ou contraceptivos orais
- Gravidez
- Contato com substâncias irritantes (ou alergênicas) como perfumes, sabonetes, desodorantes íntimos.
- Imunossupressão
- Permanência prolongada de biquínis molhados
As características de um quadro de candidíase são:
- Secreção com volume variado, geralmente de coloração esbranquiçada, consistência espessa e aderido às paredes vaginais (pode lembrar aspecto de leite coalhado ou requeijão)
- Odor mínimo ou sem odor
- Prurido intenso que pode levar ao surgimento de escoriações e fissuras vulvares
- Ardor e irritação (vulva e/ou vagina)
Vaginose bacteriana:
Assim como a candidíase, a vaginose é uma condição que ocorre devido a mudanças na microbiota vaginal que causam alteração do pH e juntas, são as principais causas de corrimento vaginal anormal. Mas diferentemente da candidíase, ela é causada por bactérias, principalmente a Gardnerella vaginalis. Os fatores que aumentam a possibilidade de seu desenvolvimento são:
- Dieta (aumento da ingestão de gorduras)
- Atividade sexual
- Período menstrual
- Infecções sexualmente transmissíveis
Quais os sinais e sintomas?
- Corrimento vaginal com coloração branco-acinzentado ou esverdeado, aspecto algumas vezes bolhoso
- Odor fétido (semelhante a “peixe pobre”) que piora após o período menstrual ou após relações sexuais
- Cervicite
- 50 a 70% das mulheres são assintomáticas
Um fato importante é que a vaginose bacteriana aumenta o risco de adquirir uma infecção sexualmente transmissível e pode gerar complicações em cirurgias ginecológicas (como doença inflamatória pélvica – DIP) e gestações (como rotura prematura de membranas, corioamnionite, parto prematuro ou endometrite pós-parto).
Muitos pensam que a vaginose bacteriana é uma doença sexualmente transmissível e que o parceiro deve ser tratado. Mas os parceiros não devem ser tratados a não ser que apresentem sinais e sintomas.
Tricomoníase:
Esta infecção é causada por um protozoário chamado Trichomonas vaginalis. Cerca de 30% das pessoas são assintomáticas, sendo que as mulheres costumam ser quase sempre sintomáticas em comparação com os homens.
É a terceira principal causa de vaginite e pode infectar vagina, uretra e glândulas parauretrais.
O quadro clínico pode ser apresentar como:
- Corrimento vaginal intenso, geralmente de coloração amarelo-esverdeado, bolhoso e espumoso
- Acompanhada odor fétido (que também lembra peixe)
- Cervicite (inflamação do colo do útero que se assemelha a um morango visualmente)
- Prurido, ardência, vermelhidão, edema da vulva e vagina
- Dispareunia (dor ao iniciar a relação sexual)
Por ser uma doença sexualmente transmissível, o parceiro também deve sempre ser tratado!
Para finalizar, fica a mensagem:
Se você está apresentando um corrimento vaginal anormal ou possui dúvidas sobre a sua secreção, agende sua consulta. Estou a disposição para uma conversa e avaliação cuidadosa e humana.
Não deixe que ocorram sintomas maiores porque, dependendo do corrimento vaginal, se não tratado, pode aumentar o risco de infecções sexualmente transmissíveis e até infertilidade.